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quarta-feira, 12 de março de 2008

Comentários sobre as questões 41(3) e 42 (4) da Prova Objetiva - SUL

Caros,

Em relação às minhas respostas tentativas, publicadas no post abaixo, o gabarito mostrou que eu estava errado em duas questões. Comento-as.

Na questão 41, item 3, eu manteria minha resposta. Peço àqueles que discordem que enviem seus comentários, porque de fato não consigo encontrar erros na assertiva (para os que não têm o caderno SUL, a afirmação é "Em consonância com o objetivo [...] riscos operacionais"). Para um documento sobre o Comitê da Basiléia, v. http://www.bcb.gov.br/ftp/defis/basileia.pdf.

Em relação à questão 42, item 4, um rápido exame de documentos da Comissão Européia revela que Brasil e UE têm posições mais diferentes do que eu imaginava. Corrijo meu erro.

Saudações, sorte a todos!

segunda-feira, 10 de março de 2008

GABARITO EXTRA-OFICIAL COMENTADO DE PI e HB (baseado nos cadernos terra e sul)

Eu e Fábio fizemos uma tentativa de solução das provas de Históra do Brasil e de Política Internacional, respectivamente, com o intuito de contribuir para as discussões e reduzir (ou aumentar, quem sabe) a ansiedade de todos vocês. Como somos humanos, podemos eestar errados em algum item. Espero sinceramente que não estejamos! ;-)
Amanhã a esta hora todos terão seus resultados preliminares.
Boa sorte a todos!
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HISTÓRIA DO BRASIL

15- C C E E
16- A
A questão 16 causará muita polêmica. A estrutura do enunciado da alternativa B (a qual não ocorreu em 2007 apenas por pressão inglesa) induziu muitos candidatos ao erro. Há uma ambigüidade gritante: ou a pressão inglesa não foi o único motivo para a vida da família real, o que é correto, ou a vinda não ocorreu em 1807 em função de pressão inglesa, que é completamente incorreto. A questão pedia a alternativa INCORRETA. Não há meio certo ou meio errado, a ambigüidade indica uma interpretação plausível que torna a alternativa incorreta. Acredito que esta questão é passível de anulação.
17- E E E C
18- C E C C
19- E C E E
Na questão 19, deixo aberta a possibilidade de erro no item 2.
20- C C E E
21- A

POLÍTICA INTERNACIONAL

Questão 35

1. ERRADO. A Política Externa de Costa e Silva não se baseava no conceito de fronteiras ideológicas, que, como sabem, norteou a Política Externa de Castelo Branco e Juracy Magalhães. Ademais, a Diplomacia da Prosperidade de Costa e Silva sofreria sensível mudança de curso com Médici, que abandonaria a postura reivindicatória que privilegiava uma ação multilateral concertada, em certa medida, com os países do Terceiro Mundo em prol de uma ação mais isolada e menos identificada com o "terceiro-mundismo".

2. CERTO. Raízes do Pragmatismo Responsável podem ser encontradas na PEI e, mesmo, na Diplomacia de Getúlio Vargas, especialmente em seu primeiro período.

3. CERTO. A partir de Médici a Política Externa passa a ser mais intensamente voltada para a superação dos "gargalos" que entravariam o projeto de desenvolvimento nacional, como a escassez de mercados consumidores das manufaturas nacionais e a dependência de fontes de financiamento e de recursos energéticos.

4. ERRADO. As negociações para a solução do problema da dívida foram, desde o início, conduzidas pela equipe econômica, que praticamente alijou a Diplomacia das negociações. Um tratamento político para a questão da dívida nunca chegou a cristalizar-se.


Questão 36

1. CERTO. A objetividade da questão dispensa comentários.

2. CERTO. O teor da Carta de JK a Eisenhower, de 28 de maio de 1958, é explícito quando afirma que a solução para defender a América Latina das ideologias exógenas e antidemocráticas era o desenvolvimento econômico.

3. ERRADO. Nem Washington encampou as teses da OPA, nem conseguiu esta ação diplomática alcançar seu objetivo fundamental, de unir o Hemisfério na luta contra o desenvolvimento e garantir o influxo de recursos para o crescimento econômico. A criação da ALALC e do BID e o lançamento da Aliança para o Progresso são conseqüências da OPA, que não escondem seu insucesso no alcance de suas metas principais.

4. CERTO. Embora a OPA se voltasse para o Hemisfério, parece-me correto imaginar que, sendo suas premissas universais, poderia ser utilizada como paradigma na promoção do desenvolvimento em outras regiões.


Questão 37

1. CERTO.

2. ERRADO. Tanto o relacionamento econômico quanto o político entre o Brasil e a UE têm ganhado em intensidade. Empresas européias, especialmente italianas e espanholas, têm sido grandes investidoras no País, principalmente após o processo de privatizações. No diálogo político, basta pensarmos em iniciativas como as conversações Mercosul-UE, a relação com a Alemanha no G-4, a nascente cooperação militar com a França, entre outros.

3. ERRADO. Mencione-se o FOCALAL.

4. ERRADO. O processo de integração no Cone Sul foi inicativa brasileiro-argentina, a partir do histórico 30 de novembro de 1985.


Questão 38

A. ERRADO. A afirmação "reconhecimento de que a América Central e o Caribe estão sob influência direta dos Estados Unidos" seria suficiente para derrubar a questão, que cai por terra definitivamente quando menciona o "limitado investimento diplomático" do Brasil na região - mencione-se o engajamento do Brasil na MINUSTAH.


B. ERRADO. A corrente de comércio entre as duas regiões é intensa. Outros problemas: a SICA não é um bloco de integração econômica regional como o Mercoul, mas um projeto de cooperação e integração político-diplomática da América Central. Ademais, as trocas entre Mercosul e a região não estão propriamente amparadas pelo SGP-Comerciais (criado em Belgrado em 1988), visto que este sistema contempla países, e não blocos.

C. ERRADO. Difícil falar em prioridade do Brasil em Cuba...

E. ERRADO. A ALCA nunca foi (e, menos ainda, nunca será - ou seria) condição para a penetração econômica do Brasil na região. A participação dos países da região em acordos com o Mercosul é uma estratégia muito mais plausível.

RESPOSTA CORRETA: D


Questão 39

1. CERTO.

2. ERRADO. Dentre outras coisas, porque o RCTM (ou MTCR), como regime informal, voluntário e não-vinculante, não estabelece proibições. A Índia de fato não aderiu ao MTCR, e o Brasil o fez em 1995.

3. CERTO.

4. CERTO. O Acordo está em fase de negociação desde 2004 e tem sido expandido - conta já com cinco anexos. Será substituído por um acordo que crie uma área de livre comércio entre o Mercosul e a Índia.


Questão 40

1. ERRADO. Difícil falar em união dos palestinos em torno do Hamas... O Hamas controla Gaza, ao passo que o Fatah comanda a Cisjordânia.

2. CERTO.

3. ERRADO. Questão controversa... Mas creio que não se pode ignorar que os Estados Unidos continuam apoiando o processo de paz e que a ANP (controlada pelo Fatah) ainda legitima Washington como articulador do "mapa do caminho".

4. ERRADO. A ONU reagiu em ambas as ocasiões, especialmente nos ataques ao sul do Líbano, inclusive com o fortalecimento da UNIFIL (resolução 1701).


Questão 41

1. CERTO. Exigia um conhecimento específico sobre os acordos que se seguiram ao fim, na prática, do sistema de Bretton Woods, em agosto de 1971.

2. ERRADO. O BIS não adotou qualquer política de restrição de entrada de capitais.

3. CERTO.

4. ERRADO. Nem o FMI prescreve controle de capitais, nem o Comitê da Basiléia se imiscui em política monetária - é uma instituição que reúne os Bancos Centrais do G-10 (na verdade, "G-11": países do G-7 mais Bélgica, Holanda, Suécia e Suíça), voltada para a regulação e governança bancárias.


Questão 42

1. ERRADO. Dispensa comentários...

2. CERTO. Espanha, Itália, França e Reino Unido são alguns dos maiores investidores no Brasil.

3. ERRADO. As exportações brasileiras para a UE continuam aumentando, como, de resto, todo o comércio exterior do País.

4. ERRADO. Questão controversa, porque abrangente... Mas creio que as posições de Brasil e UE no que respeita aos compromisso para a redução da emissão de gases de efeito estufa são muito semelhantes. A UE demonstrou, em Bali, que não apenas é a favor do Protocolo de Kyoto, mas também defende o aumento dos compromissos dos países industrializados para a redução de emissões.

COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA OBJETIVA do CACD

Passada a espera do dia 9 de março e a tensão da realização da prova, podemos agora discutir os fatos sem especulações. A prova objetiva(não esqueçam, não se chama mais TPS) teve alto grau de imprevisibilidade. A entrada de tês matérias e a manutenção do mesmo número de questões certamente aumentaria, como aumentou, o grau de dificuldade da prova. Esse aumento não se deve, exclusivamente, ao fato de que a prova teria mais disciplinas, mas principalmente porque um número reduzido de questões a respeito de um programa tão amplo contribui para que muitos tópicos importantes fiquem de fora da prova, talvez boa parte deles considerados "temas quentes" ou previsíveis.

Quanto às características gerais da prova, não me surpreenderam as "pegadinhas" e os "detalhezinhos". Como já havia dito aqui e como cosutmo dizer repetida e insistentemente aos meus alunos, a prova objetiva exige do candidato alto conhecimento factual, exige que o candidato decore cronologias e seja capaz de perceber o erro factual básico. Fica a pergunta: por que uma prova tão factual? A resposta não é difícil: porque os fatos são irrecorríveis. Mesmo questões interpretativas são baseadas em interpretações de obras e autores específicos da bibliografia. É preciso "decorar" ou autor certo, "decorar" cronologias e saber relacionar esses fatos de forma a compreender o padrão de enunciado da prova.

Algumas questões "surpreendentes" nada tiveram de surpresa. Nas provas de História do Brasil e de História Mundial, as questões a respeito do Padre Antônio Vieira e do Padre Antonil, por exemplo, são parte do programa de História do Brasil, no tópico "manifestações culturais", e são suficientemente abordadas por Antonio Candido, que continuou como parte da bibliografia de História do Brasil. As questões de "História da Arte", por sua vez, são parte do programa de História Mundial, no tópico "vida cultural", e são suficientemente abordadas por Eric Hobsbawn nas quatro Eras, que contam com capítulos muito bem elaborados a respeito da vida cultural até o fim do século XX.

A prova de Direito entrou em detalhes de casos específicos, o que realmente a dificultou. Infelizmente, não se pode afirmar que esses casos não fazem parte da bibliografia do CACD. Eles estão lá nas principais obras. Não estão no Manual do Rezek, por exemplo, mas a prova não está obrigada ase restringir a uma abordagem básica dos temas. Questões jurídicas dos processos de integração regional também fizeram parte da prova, algo já indicado pela ênfase dada pelos nossos professores no IRBr (que são parte da banca da terceira fase) quanto ao tema.

Política Internacional e Geografia não foram surpreendentes ou particularmente difíceis. Trata-se de disciplinas cujos programas se confundem e têm uma abragência significativa. É possível que nessas duas disciplinas qualquer assunto possa ser abordado. A grande dificuldade, com certeza, foi o reduzido número de questões. Os candidatos que se mantiveram estudando apenas "temas quentes", ou apostaram em temas previsíveis, certamente tiveram dificuldades na solução das questões. Eu já disse, e repito, que "tema quente" nao existe, a melhor coisa a fazer é procurar cobrir todo o programa, embora eu admita quem em PI e Geografia a tarefa é praticamente impossível.

A prova de Economia não foi particularmente imprevisível. Como eu já havia alertado por aqui, haveria questões que exigiriam o uso das fórmulas, questões basedas em análise de dados de tabelas e questões de História Econômica. A prova manteve o padrão da prova de economia da terceira fase em 2007: questões fáceis, questões de dificuldade média e questões difíceis. Acredito que os candidatos que estudaram Economia desde o princípio devem se beneficiar. Quanto ao grande número de questões de História Econômica do Brasil, bastava uma boa leitura e, evidentemente, um bom "decoreba" de A Ordem do Progresso, que está na bibliografia e responde a todas as questões desse tópico na prova.

A prova de Português manteve seu padrão. Embora tenha reduzido seu peso relativo, acredito que cartorze pontos em uma única prova são decisivos para a aprovação. Houve uma boa parte de interpretação de texto e manteve-se a tradicional abordagem gramatical do conhecimento antinatural do Português: regras de exceção, nomenclatura gramatical específica e ênfase em pontuação.

A prova de Inglês foi sigificativamente mais fácil. Não houve questões de "fill in the blanks" com preposições e "collocations". Candidatos com um bom nível de Inglês devem obter excelente resultado, o que não necessariamente acontecia quando a prova dava ênfase excessiva a questões gramaticais e pegadinhas quanto à regência e ao vocabulário. Foram nove preciosos pontos que devem fazer a diferença.

A prova não foi fácil. Beneficiou-se o candidato que se preocupou fazer uma preparação abrangente desde o início e que compreendeu a necessidade, já comprovada há alguns anos, de decorar dados e fatos. Não adianta mais apenas fazer leitura e compreender processos, é preciso decorar os fatos e as interpretações dos autores certos! Acredito que a nota de corte deva cair em relação a 2007, mas isso não é um vaticínio. Deixo aqui a minha aposta (que pode mudar quando saírem os primeiros rankings): o corte será na faixa do 44 pontos.