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segunda-feira, 26 de março de 2012

COMENTÁRIO SOBRE A QUESTÃO 15 DO TPS- MERCOSUL

Caros, tomo a liberdade de comentar os itens referentes ao MERCOSUL, uma vez que trabalhei diretamente com o tema por alguns anos.

1- O Parlamento do MERCOSUL permite a formação de grupos políticos integrados por, pelo menos, 10% dos parlamentares se todos se originarem de um mesmo Estado-membro, ou composto por, pelo menos, cinco parlamentares, caso seus membros sejam oriundos de mais de um Estado-membro"

CERTO. Trata-se de mera reprodução de texto so sítio do PARLASUL, disponível em:
http://www.parlamentodelmercosur.org/innovaportal/v/168/1/secretaria/grupos_politicos.html

2- "O Programa MERCOSUL Social e Participativo, instituído, em 2008, por decreto do presidente Lula, assegura a livre circulação de trabalhadores e o exercício de suas atividades laborais nos Estados-membros, sem necessidade de vistos de trabalho."

ERRADO- Muito embora a primeira parte do ítem esteja correta, a iniciativa visa a promover o debate sobre integração junto à sociedade civil brasileira. Não existe nenhuam relação com livre circulação de mão de obra.

3- A Ata de Buenos Aires, assinada por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai em 1990, fixou, para 1994, a formação de um mercado comum entre os quatro países"

ERRADO- A Ata de Buenos Aires foi assinada somente por Brasil e Argentina, além de ser pré-MERCOSUL.

4- "São de responsabilidade do Grupo Mercado Comum, órgão superior do MERCOSUL, a direção do processo de integração dos Estados-membros e a tomada de decisões políticas."

ERRADO: o órgão superior do MERCOSUL é o Conselho do Mercado Comum (CMC).

COMENTÁRIOS SOBRE O TPS


Ontem foi o primeiro grande dia do CACD 2012. Apenas cerca de 4% do mais de 6000 inscritos ultrapassarão esta etapa. Espero que todos os leitores deste blog, meus alunos e todos os demais candidatos tenham tido boa sorte na execução da prova.

Comentarei a prova por disciplina, depois apresentarei minha impressão geral. Gostaria de salientar que são apenas as minhas impressões de professor e orientador de candidatos, e não devem ser tomadas como afirmações absolutas. Após o gabarito e após o desenvolvimento do ranking, poderei mudar de opinião, ou não, como diria o glorioso Caetano.

A prova de português seguiu o padrão do CACD 2011, com muitas questões de interpretação e com peso relativo menor de sintaxe. Confirmou-se a tendência de mudança para aqueles que preferiam acreditar que a prova de 2011 havia sido um ponto fora da curva. Muito embora tenha sido uma prova trabalhosa, os candidatos que compreenderam a tendência e se prepararam adequadamente devem ter bom desempenho.

A prova de política internacional foi bastante coerente. As 11 questões foram abrangentes e trataram de atualidades, sempre concentradas naquilo de mais relevante para a política externa brasileira. MERCOSUL, UNASUL, BRICS, IBAS, BASIC, oriente médio e primavera árabe, comércio exterior, África, questão nuclear, teoria das relações internacionais. O que faltou? Nada, porque meio ambiente caiu em geografia! Por outro lado, havia itens de alto grau de dificuldade, cuja solução dependia do conhecimento de detalhes e de especificidades com relação aos temas. Esses detalhes serão a armadilha de muitos candidatos desprevenidos.

Geografia foi uma prova limitada pela pequena extensão, apenas quatro questões. Esse fator limita demais a abrangência da prova. Ainda assim, foi possível surpreender com questões que os candidatos esperavam em outras provas, como a de meio ambiente, esperada em PI, e a de limites e fronteiras, sempre esperada na prova de história do Brasil.

Inglês foi uma prova bem elaborada, acredito que bastante equilibrada. Sempre se deve considerar que o grau de dificuldade da prova está diretamente relacionado ao nível de cada candidato na língua, portanto não se podem fazer afirmações absolutas sobre esta prova.

A prova de direito teve grande ênfase em direito interno, o que alguns candidatos consideram surpreendente. Eu diria que não foi tão surpreendente assim, porque o mesmo ocorreu em concurso recente, mais especificamente em 2009. O grande mérito e, ao mesmo tempo, o grande problema de uma prova assim é que uma prova com esse estilo testa a ênfase dada pelos candidatos em relação a cada ponto do programa. Por isso afirmo repetidamente que se deve estar preparado pra tudo.

Economia confirmou a tendência recente de "desmatematização da prova". Mais teoria, menos matemática, mais raciocínio econômico, menos cálculo.  Para uma prova de "noções", como ainda é definida, estava bastante bem elaborada.

História do Brasil teve pouca ênfase em HPEB, o que não foi surpreendente. Há pelo menos uma questão controversa, mas deixemos esse debate para os candidatos e para os recursos. De forma geral, foi uma prova bem elaborada.

História mundial pareceu a mim, e a todos os candidatos com quem conversei uma prova mais equilibrada do que a de 2011. Acredito que se deva ter atenção com a sensação de "falsa facilidade" desta prova, uma que é extensa, e muitas armadilhas esperam os candidatos em detalhes que são ignorados ou desconhecidos. Muito embora a prova estivesse mais equilibrada, acredito que deverá ser uma das responsáveis pela diminuição da média geral, juntamente com a prova de português.

Minha avaliação geral da prova pode ser sintetizada nos seguintes pontos:

1- acredito que deve ser mantido o padrão de desempenho do CACD 2011.  Não esqueçamos que a prova, pela primeira vez, repetiu o número de questões por disciplina;
2- O grande número de questões de múltipla escolha deve ser o principal fator de contenção a nota de corte. Mais do que pontos perdidos, são os pontos não alcançados nessas questões que diminuem a média geral;
3- A nota de corte não deve ser muito mais elevada do que a nota do 200o colocado em 2011 (42,2), a não ser que haja grande número de anulações de questões. Se houver muitas anulações, sobe a média geral e sobe a nota de corte.

Espero ter contribuído para o debate. Nos próximos dias, voltarei a discutir esse tema com base no gabarito provisório e no desenvolvimento do ranking. Desejo boa sorte a todos e espero encontrá-los no curso de segunda fase!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA SOBRE O CACD

Aos que se interessarem, publico link de entrevista a blog parceiro da Folha Dirigida a respeito do CACD 2012:

http://www.jsconcursos.com/2012/02/conheca-carreira-e-veja-dicas-de.html


Espero que o conteúdo seja útil.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

COACHING DE REVISÃO PARA O CACD

Caros candidatos e leitores,

A partir de 23 de fevereiro, ministrarei a etapa de revisão do coaching para o CACD. Para aqueles que se interessarem, publico a informações:

Matrículas abertas para o Coaching de Revisão - Curso Atlas.

Início das aulas: 23 de fevereiro

Estrutura pedagógica:
...
Encontros semanais com os orientandos no livemeeting. Os encontros serão divididos em grupos e terão a duração de 30 minutos. O programa será baseado em tarefas semanais de leitura e de organização do estudo;

a) haverá cronograma de leitura para 4 semanas;

b) haverá um simulado no formato TPS por semana;

c) Em caso de “crise de preparação”, poderá haver atendimento individual.

Corpo docente: Prof. Maurício Costa

carga horária total: 4 encontros de 30 minutos; 4 simulados no formato TPS.

Matrículas pelo link: http://www.inscricoesatlas.com.br/

valores: R$ 1000,00 para pagamento via pagseguro. Depósito direto, a vista, será concedido desconto de 15%.

Maiores informações: secretariabh@cursoatlas.com e 31 3568-0555.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

COMENTÁRIOS SOBRE O EDITAL DO CACD 2012

A publicação do edital do CACD 2012 reacendeu os debates a respeito das expectativas e das perspectivas dos candidatos para a edição 2012 do Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata. Esses debates decorrem da previsível continuidade matizada das regras e da estrutura geral do concurso a ser realizado.

No que se refere à continuidade, mantiveram-se 65 questões de oito disciplinas no TPS (excluindo espanhol e francês), a mesma distribuição de questões por disciplina do TPS 2011 (treze de português, doze de inglês, cinco de história do Brasil, dez de história mundial, onze de política internacional, cinco de direito, cinco de economia e quatro de geografia) e a estrutura do concurso em quatro fases, sem prova oral de qualquer espécie.

No que se refere às matizes, houve três mudanças significativas. A primeira refere-se à redução de 300 para 200 aprovados no TPS; a segunda refere-se às alterações na extensão dos exercícios da segunda fase, a terceira refere-se à soma da nota do TPS no resultado final do concurso. Analisaremos uma a uma:

1- REDUÇÃO DE 300 PARA 200 APROVADOS NO TPS

Não cabe especular as razões dessa redução, que podem ser tanto fundamentalmente práticas (como reduzir o número de provas a serem corrigidas nas etapas posteriores) quanto fundamentalmente pedagógicas (como supostamente elevar o nível dos candidatos que disputarão as etapas seguintes). Seja qual for a razão da escolha, as conseqüências para os candidatos continuam as mesmas.

A consequência mais óbvia e certamente mais importante é a elevação da nota de corte. Ressalte-se que essa elevação não pode ser considerada em termos comparativos com provas anteriores. Não se trata de afirmar que a nota deste ano será maior do que 40.8 (nas provas de 65 questões já houve notas de corte em 49.25e 44.8, por exemplo), mas, sim, de que os candidatos deverão ficar entre os 3% melhores, não mais entre os 5% melhores no TPS.  O mais importante a considerar é que a diferença a ser compensada não é impossível de ser alcançada, depende de dois, no máximo três pontos. Essa compensação evidentemente dependerá da capacidade de cada candidato de elevar seu desempenho.

Como consequência menos óbvia, pode-se considerar o efeito dessa redução na estratégia de estudo e na estratégia de execução da prova. O TPS "afunilou" e a margem de erro também reduziu. Não se poderá apostar em deixar questões em branco ou em privilegiar o estudo de uma disciplina em detrimento de outras disciplinas. Em todas as provas, cada ponto é precioso e não pode ser desperdiçado, mas espero que aqueles que ignoram essa premissa se convençam de que o TPS 2012 não deixará grandes margens para a sorte ou para a falta de cautela no processo de preparação.

2- ALTERAÇÕES NA EXTENSÃO DOS EXERÍCIOS DA SEGUNDA FASE

Em 2012, os exercícios da segunda fase serão novamente medidos por quantidade de palavras, e não mais por número linhas. A redação volta a ter a extensão de 600 a 650 palavras e os exercícios passam a ter a extensão de 120 a 150 palavras.  

Do meu ponto de vista, como professor de redação, a contagem por linhas tornava mais factível e menos trabalhosa a correção, bem como dava ao candidato margem razoável para executar uma boa prova. Ao analisar os espelhos de 2012, os exercícios de interpretação, análise e comentário, por exemplo, foram muito mais bem executados pelos candidatos nas 20 a 25 linhas do que o foram nas provas nas quais a extensão era de 100 a 150 palavras, em decorrência de a maior extensão possibilitar maior aprofundamento da argumentação e da análise.

Cabe ressaltar que a extensão estabelecida em número de palavras torna a disputa mais homogênea. Os candidatos com menos capacidade de síntese e menos objetividade precisarão de muito treinamento para executar a prova. Além disso, a menor extensão dos exercícios contribui para a redução dos erros formais.

Por último, é importante destacar que, em se tratando de 30 vagas, a segunda fase tem influência ainda maior na soma do resultado final. Não basta alcançar o mínimo de 60 pontos, será necessário somar o maior número de pontos possível, para aumentar um pouco a margem de erro na terceira e na quarta fases. Fiquem atentos a esse aspecto da prova.

3- SOMA DA NOTA DO TPS NO RESULTADO FINAL DO CONCURSO

Se analisarmos de forma apressada, a soma da nota do TPS no resultado final parece não ter grande influência no resultado. Feliz ou infelizmente, trata-se de conclusão equivocada.

Em primeiro lugar, deve-se considerar que a diferença de pontos entre os trinta primeiros colocados é muito pequena, em alguns casos são apenas décimos.  Tomando como exemplo o concurso de 2011, um candidato que fez 42 e um candidato que fez 43 no TPS poderiam variar de quatro a cinco posições na classificação final, quem sabe sequer alcançar as 26 primeiras colocações.

Em segundo lugar, há um efeito direto na pontuação dos candidatos aprovados dentro dos 10% de vagas reservadas aos afro-descendentes. Se, por um lado, a reserva de vagas permite que esses candidatos sejam aprovados abaixo da nota de corte (em 2011, por exemplo, a nota de corte foi 40.8 e o último aprovado na reserva de vagas estava na casa dos 38 pontos); por outro lado, essa pontuação mais baixa terá de ser compensada nas etapas posteriores. Como demonstra o exemplo de 2011, a diferença foi pequena, de dois pontos, mas esses dois pontos de diferença são proporcionalmente muito mais importantes na classificação final e podem significar ser o 29º ou o 31º  colocado.

Acredito que soma do TPS no resultado final é positiva, porque permite a avaliação do desempenho geral do candidato em diferentes formatos de prova. Além disso, incentiva os candidatos a buscarem o melhor desempenho e a maior pontuação possíveis em todas as etapas e desestimula a busca de "atalhos" ou de "milagres" que tenham efeito no resultado final.

O CACD não tem mais 100 vagas. Os candidatos precisam adaptar-se ao nível de esforço e ao nível de desempenho necessários ao formato do concurso de 30 vagas.

Boa sorte a todos e bons estudos. Nos próximos meses, debateremos com mais freqüência neste espaço.