Entre os candidatos ao CACD, são muito comuns as crenças quase irracionais nas mais diversas impossibilidades: a de ler muito, a de trabalhar e estudar para a prova, a de superar limitações individuais em diferentes disciplinas, a de conseguir dominar o programa do concurso. Essas impossibilidades tornam-se reais somente e unicamente pelo fato de que as pessoas acreditam nelas. Como regra geral, aqueles que professam as impossibilidades não tentaram provar que são impossibilidades reais.
Em mais de meia década treinando candidatos, fui convencido de que não existem impossibilidades reais. Não faltam exemplos de candidatos que, quando iniciaram o programa de "coaching", eram céticos tanto quanto à sua capacidade de leitura quanto ao resultado das leituras para o seu desempenho e, alguns meses depois, estavam surpresos com a quantidade de livros concluídos e com a profundidade do conhecimento adquirido. Parecia impossível, até que uma pessoa como qualquer outra apenas tentou e conseguiu realizar a tarefa.
A grande armadilha da crença nos mitos de impossibilidade é a de desorientar o processo de preparação em nome de suposto pragmatismo. Ao optar por estudar somente "aquilo que é importante", ao priorizar resumos e ao fazer uso de exercícios como meio de aquisição de conhecimento, não de revisão do conhecimento, o candidato claramente aumenta significativamente o risco de prejudicar seu desempenho.
Afinal de contas, quem define o que é importante: o candidato, o professor ou a banca corretora? Há alguma forma de adivinhar aquilo que a banca corretora vai considerar importante na prova? Sempre é possível interpretar os indícios, mas essa interpretação nunca é definitiva. Nunca se sabe aquilo que poderá ser cobrado. Se optar pela impossibilidade de ler muito, o candidato estará optando por estudar menos e, consequentemente, aumenta a possibilidade de ter baixo desempenho.
Trabalhar e estudar para o CACD é possível, e eu não sou o único exemplo. Dezenas de candidatos foram aprovados nessas condições nos últimos anos. Basta administrar o tempo e ter disciplina. Haverá quem afirme que não consegue se disciplinar, mas qualquer pessoa é capaz de se disciplinar, muda apenas o tamanho da sacrifício.
Há também a crença de que se pode abandonar o estudo de uma disciplina baseado na ideia de que não haverá ganho real em estudá-la seja porque o candidato tem dificuldades, seja porque acredita que sabe o suficiente. Sempre há ganho real ao estudar qualquer disciplina, sempre há conhecimento a ser adquirido, e sempre há perda real tanto de conhecimento quanto de preciosos pontos na prova, quando se opta por não estudar qualquer disciplina que seja. A crença na impossibilidade de melhorar torna maior a possibilidade de não alcançar o objetivo.
O primeiro passo para acabar com os mitos de impossibilidade é não acreditar neles. O estudo intenso e esforçado, a leitura contínua e a dedicação sempre dão bons resultados e sempre melhoram o desempenho. As fórmulas milagrosas não se sustentam a médio prazo, mas a intensidade na preparação de base se sustenta a longo prazo.
Se existe um milagre, está em você mesmo. Antes de mais nada, acredite que possível e não faça de você mesmo o principal obstáculo para o êxito no CACD.
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