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Uma das peculiaridades da língua portuguesa é o infinitivo flexionável: esta forma verbal, apesar de nominalizada, pode flexionar-se concordando com o seu sujeito. Simplificando o tema, controverso para os gramáticos, pode-se afirmar que a flexão do infinitivo só cabe quando há sujeito próprio, em geral distinto do sujeito da oração principal: Chegou ao conhecimento desta Divisão estarem a salvo todos brasileiros atingidos pelas enchentes na Tailândia. (Sujeito do infinitivo: todos os brasileiros atingidos pelas enchentes na Tailândia). O Governo afirma não existirem tais problemas no País. (Sujeito da oração principal: o governo; sujeito do infinitivo: tais problemas). O infinitivo é inflexionável nas combinações com outro verbo de um só e mesmo sujeito – a esse outro verbo é que cabe a concordância: Os diplomatas podem (ou devem) ter dúvidas quanto à medida. Os aprovados não conseguem conter sua alegria. Nas combinações com verbos factitivos (fazer, deixar, mandar...) e sensitivos (sentir, ouvir, ver...) o infinitivo pode concordar com seu sujeito próprio, ou deixar de fazê-lo pelo fato de esse sujeito (lógico) passar a objeto direto (sintático) de um daqueles verbos: O Presidente fez (ou deixou, mandou) os assessores entrarem (ou entrar). Sentimos (ou vimos, ouvimos) os colegas vacilarem (ou vacilar) nas negociações. Naturalmente, o sujeito semântico ou lógico do infinitivo que aparece na forma pronominal acusativa (o,-lo, -no e flexões) só pode ser objeto do outro verbo: O Presidente fê-los entrar (e não *entrarem). Sentimo-los (ou Sentiram-nos, Sentiu-os, Viu-as) vacilar (e não *vacilarem). No Curso de Redação do Diálogo Diplomático, nossos alunos aprimoram suas habilidades consoante as exigências que envolvem a língua portuguesa no CACD, o que abrange as fases objetiva e discursiva. Por isso, não deixem de matricular-se.
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