Seguidores

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Política Internacional - 3ª Fase

Caros amigos do Diálogo Diplomático

A convite do Maurício, sou o mais novo colaborador deste blog, e espero contribuir para com todos aqueles que estão preparando-se para o CACD e, de modo geral, todos os leitores que se interessem por Política Externa e Diplomacia.

Meu nome é Fábio Simão Alves, sou formado em Relações Internacionais pela USP e sou diplomata. Fui aprovado este ano. Pretendo compartilhar com todos vocês um pouco do que aprendi durante minha longa preparação. Política Internacional será o tema da maior parte dos meus comentários, por ser não apenas uma das minhas paixões, mas, também, a disciplina em que tive o melhor desempenho no CACD. Não esperem encontrar apenas dicas para o Concurso, no entanto: tenho também a intenção de escrever alguns artigos sobre o assunto - lembrando que estes refletirão sempre minha opinião, e jamais, necessariamente, a do Itamaraty.

Para começar, vou dar algumas dicas que, creio, serão úteis para a prova de Política Internacional da 3ª fase. Aproveitando que o Maurício já escreveu sobre a disciplina no TPS, deixarei esta fase de lado.

A prova de PI assusta já pelo conteúdo cobrado: a bibliografia é vastíssima, e cobre uma variedade de temas: política internacional, política externa brasileira, teoria das relações internacionais, questões internacionais contemporâneas etc. Em que se concentrar?

Acredito que política externa brasileira deva ser o norte dos estudos para PI. Das cinco questões do concurso este ano, quatro versavam sobre política externa do País. Em segundo lugar, creio que um enfoque analítico é fundamental; é preciso saber trabalhar com os conceitos e temas de PI, porque o tipo de questão pode induzir o candidato a privilegiar um enfoque descritivo, histórico, quase narrativo, e isso não é o que se pede no Concurso...

Ler os livros da bibliografia indicada é fundamental - mas não todos, como o Maurício já deve ter dito. Muitos são dispensáveis. Alguns, em contraste, são quase obrigatórios. Amado Cervo & Clodoaldo Bueno e Henrique Altemani são dois deles. Outros que são recomendáveis são Robert Gilpin, Flávio Sombra Saraiva, Moniz Bandeira, José Guilhon Albuquerque e Paulo Vizentini.

Os livros são essenciais, mas não suficientes. Manter-se a par da política internacional na atualidade, no dia-a-dia mesmo, é importantíssimo. Considero leituras obrigatórias revistas especializadas (Política Externa, Contexto Internacional, Foreign Affairs...), artigos publicados por Diplomatas (RelNet é referência óbvia) e mídia internacional (The Economist é altamente recomendável). Este tipo de leitura não apenas mantém o candidato atualizado quanto à política internacional, mas também ajuda-lhe a desenvolver o senso crítico e a capacidade de analisar temas internacionais contemporâneos.

Bom, para um primeiro contato, creio ter atingido o objetivo, que era fornecer dicas mais gerais sobre a prova de PI. Evidentemente, as dicas nunca se esgotam em algumas poucas linhas; ademais, cada candidato desenvolve, ao longo de sua preparação, uma rotina e um método de estudos próprios, com o que descobre, por fim, suas próprias dicas.

Uma última sugestão (e me desculpem a obviedade): não esperem descobrir segredos ou truques para passar no CACD. A maior dica que eu posso dar - e nesta insistirei sempre - é: estudem. Muito.

Abraços e até uma próxima oportunidade!

4 comentários:

malcosta disse...

Ou�am este rapaz. Al�m de ter sido o quarto colocao no concurso, teve a maior nota de PI do Brasil. � um dos intelectos mais respiet�veis da turma de 2007, por isso eu o convidei para colaborar com o blog.
Seja bem vindo, meu caro!

Anônimo disse...

Caro Fabio

Bem-vindo ao blog e obrigada por suas dicas. Já estão salvas no PC e na memória. Vou me lembrar bem delas.

Abs
Carolina

Anônimo disse...

Realmente não é fácil, especialmente pq é mais fácil encontrar referências sobre a polícia internacional em Inglês, como a Economist e a Foreign Affairs, do que necessariamente política externa brasileira, em Português. Mas é bom não esquecer o foco brasileiro da prova.

Anônimo disse...

Fábio,

Obrigada pelas dicas. Principalmente sobre quais livros são fundamentais e quais não, essa é uma das minhas maiores dúvidas!!

Beijos!