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segunda-feira, 9 de março de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE A PROVA OBJETIVA DA PRIMEIRA FASE-2009

Surpresa: eis o sentimento geral dos candidatos, e também o meu, em relação à formulação da prova objetiva de 2009. Minhas expectativas estavam parcialmente certas: português e inglês tiveram peso maior, com 28 questões, entretanto, direito e economia somaram juntas 26 questões. Restaram 26 questões para as outras quatro disciplinas que, não faz muito tempo, compunham o "núcleo duro" das habilidades exigidas no processo de seleção para a carreira diplomática.

A interpretação mais simplista seria a de que, de acordo com a prova, os diplomatas brasileiros devem saber bem português, inglês, direito e economia(estas duas de forma muito detalhada) e que as outras matérias seriam apenas acessórias. Evidentemente, isso não é verdade. A formulação da prova, muito embora possamos fazer muitas restrições, não extrapolou o programa do concurso. Tudo que está no programa pode ser cobrado em qualquer nível, e foi isso o que aconteceu. O objetivo parece ser o de testar o quanto os candidatos se prepararam em relação ao conjunto das disciplinas, não penas em relação àquelas que nos últimos anos vinham sendo as mais importantes e, por essa razão, as mais estudadas.

Mais uma vez fica evidente o fato de que a prova nunca segue um padrão idêntico ao ano anterior e que sempre mudanças significativas em sua formulação. Não é e nem nunca foi à toa que me desgastei e me desgasto tanto aqui no blog, quanto com meus alunos repetindo a afirmação de que é preciso estudar tudo, de que não se pode ignorar nenhum ponto do programa, que não se deve pautar a preparação baseada exclusivamente na prova anterior.

Façamos uma breve análise dos últimos cinco concursos: em 2005, a primeira fase teve questões objetivas e discursivas e não teve inglês; em 2006; a prova teve, pela primeira vez, 65 questões, teve inglês e geografia, mas não teve PI; em 2007, a prova manteve 65 questões, teve PI e não teve geografia; em 2008, voltaram todas as disciplinas para a primeira fase; e, em 2009, a prova passou a ter oitenta questões e foi dada ênfase em direito e economia. Quem duvidava ou duvida da necessidade de se preparar para o conjunto das disciplinas deve se lembrar daquela antiga propaganda de carro que dizia "está na hora de mudar os seus conceitos". Faço uma previsão que me tranformará em "profeta do acontecido": em 2010 a prova será bem diferente! ;-)

O perfil que o concurso exige não muda todos os anos, pelo contrário: tem de estar preparado em todas as matérias.

Em termos gerais, a prova me pareceu mais bem-redigida do que a prova de 2008. Não há a mesma quantidade de questões polêmicas que houve ano passado. A prova de português foi bastante inteligente; a prova inglês estava difícil, mas muito boa(gostem ou não, todos terão de saber inglês pra conseguir trabalhar, ou estudam muito agora ou terão de correr atrás depois); as provas de direito economia estavam, na minha opinião, desproporcionalmente detalhadas; política internacional foi prejudicada, precisava de mais questões para abordar temas essenciais da PEB; a prova de geografia estava bem redigida e relativamente fácil e as provas história estavam relativamente difíceis(em alguma questões o erro era apenas a inversão da ordem das palavras ou uma data).

Ainda não arriscarei um palpite para nota de corte, prefiro esperar o gabarito oficial. Em princípio, acredito que a média deve baixar. Voltamos a discutir o tema nos próximos dias.

6 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí, Maurício! A prova foi bastante surpreendente. Não estava impossível de resolver; economia surpreendeu. Sorte minha que havia focado um pouco mais nesta matéria nos últimos tempos. Inglês achei difícil, questões ambíguas, acho que não fui tão bem. No mais, razoável, a prova de história estava relativamente fácil, tirando detalhes como, p.ex., de Yalta. Agora é aguardar o gabarito!

Anônimo disse...

Aguardo com interesse especial o gabarito do ítem 1 da questão 74.
Delicada a redação do enunciado: a China (como um todo) jamais foi dividida em protetorados, ainda que algumas cidades e regiões no litoral Leste, de fato, tenham se constituído em protetorado. De qualquer modo, o poder do Imperador (e da Imperatriz)jamais esteve circunscrito a Pequim e seus arredores. Aguardemos o gabarito...

Anônimo disse...

Com relação à nota de corte, alerto que o número de questões de múltipla escolha aumentou. Assim, penso que a nota ficará acima da de 2008.

Unknown disse...

Creio que a nota de corte deve baixar esseano, devido à ênfase dada à economia e ao direito.

Teresa disse...

TOMARA que baixe. eu estudei um monte de economia pq achei que era mais fácil de estudar economia, gostei mais (quem diria!), e fui bem ali, mas tomei um senhor coco em direito... no geral não fui muito bem, mas ainda resta uma pontinha de esperança no fundo do coração.
que venha o gabarito oficial...

Unknown disse...

Interessante essa afirmação sobre a necessidade de se estudar todos os pontos do edital, sem negligenciar nenhuma matéria. Por esse motivo faço uma pergunta ao autor, com base em uma constatação: o programa de geografia (não verifiquei as outras matérias, mas creio ter ocorrido o mesmo com estas) foi modificado sensivelmente no Edital de 2009, passando de quatro pontos (teoria da geografia - aqueles conceitos de espaço, região etc. -, formação territorial brasielira, Brasil no contexto global e questões geográficas contemporâneas - meio ambiente, crise energética, etc. -, pontos estes que formaram o programa desde 2004) para sete (história da geografia, geo humana, geo econômica, geo agrária, geo urbana, geo política e geografia e gestão ambiental). Embora o corpo principal da matéria a ser estudada foi somente realocado (e não modificado), há alguns pontos que mudaram de conteúdo, como o primeiro, História da Geografia, que substituiu o de conceitos geográficos.
Desta forma, levando-se em consideração que as provas mudam a cada ano como foi dito, como seria possível acompanhar o programa, se este se modificou?
Grato pela atenção.